Uma nova mulher


Minha vida passou por uma mudança drástica. Meu corpo sofreu mudanças; passei a ter desejos que antes não tinha; aos poucos, vou me tornando mulher. Para mim, é estranho dizer isso. Sempre fui tão criança e sempre quis ter a mente de tal, mas é inevitável seguir os passos que a vida dá. Sou madura o suficiente para entender coisas que antes não entendia e tenho a consciência de que mudei. Em muitas coisas, mudei para melhor, muito melhor. E, em outras, acredito que piorei... mas, a vida é assim. A gente aprende sofrendo e caindo, muitas vezes, precisando de outros para nos apoiar.
   
   Morar sozinha é algo que eu sempre quis de uns tempo para cá. Posso dizer que está sendo algo completamente diferente do que eu vivia antes. E, mais do que da família, no momento, eu sinto falta dos meus amigos. Conviver diariamente, todas as manhãs, com pessoas que me faziam sorrir e me faziam sentir bem, alegre. Essas pessoas, que não são muitas, são as que eu sinto mais falta. Claro que a minha família também é algo que eu morro de saudade. Saudade de todas as noites dar beijo de boa noite na minha mãe. Saudade de chegar em casa e ter tudo arrumado. Saudade, maior ainda, daquela cadelinha que eu amo profundamente. Enfim, tantas coisas mudaram.
  Novas pessoas apareceram na minha vida. Um novo mundo surgiu. Algo que eu desconhecia e que, nem em minha imaginação, poderia idealizar. A faculdade é o lugar onde cada um se vira da maneira que pode. É preciso saber e prestar atenção no tipo de pessoa que você se aproxima, pois nem todos são como aparentam ser. Os professores são aquelas pessoas que ensinam e os alunos são os que aprendem. Não existe nenhuma relação além disso, diferente da escola. A pessoa pode entrar e sair quando quiser, porém sofrerá consequência de seus atos. A concorrência é algo que cresce cada dia mais e, na faculdade, todos são seus concorrentes. Todos estão ali pelo mesmo propósito: crescer na vida, "se dar bem", ter status. Será que eu chego lá?

  Outras coisas abriram minha mente nesse pouco tempo de vida nova. Aprendi que não existe nada melhor do que sair na rua e ter para onde ir, mesmo que não tenha o que fazer. Caminhar na praia, olhar pessoas diferente, pensar na vida, sorrir, ser feliz. Viver em um lugar enorme onde, ao sair na rua, ninguém é conhecido. As pessoas não ficam reparando na roupa que está usando e nem no penteado de cabelo que tem. Nada importa. É tão bom isso.
  Além de tudo, percebi o real valor de cada pessoa que conheço. Quando se está longe, a saudade é o que nos faz perceber o significado das pessoas. E, a minha percepção, quando se sente saudade, qualquer esforço é pouco para estar ao lado de quem ama. Eu sou assim, procuro estar sempre perto de quem amo. Quando não posso encontrar pessoalmente, ligo ou mando uma mensagem. Afinal, o mundo atual nos permite isso.. a tecnologia está aí para facilitar a comunicação. Eu percebi que algumas pessoas que estão distantes e se dizem com saudade, não fazem o mínimo esforço para comunicar... não são capazes nem de pegar o telefone para mandar uma mensagem ou fazer uma pequena ligação. Para mim, a pior desculpa é a de que não tem tempo... a vida é tão curta para não se ter tempo para as pessoas que ama.  Essas coisas me revoltam.

  Para terminar, queria dizer que está sendo maravilhoso morar no Rio de Janeiro. Além de conhecer pessoas novas, estou conhecendo a mim mesma. Já chorei, já sorri... tanta coisa já vivi. Todas servem como experiência para me tornar alguém melhor. Além de dar orgulho as pessoas que mais amo no mundo, quero dar orgulho a mim mesma. Quero, no futuro, olhar para trás e sentir vontade de voltar no tempo para viver tudo de novo. Não quero olhar para trás e pensar que cometi erros. Mas, de uma coisa eu tenho certeza... nunca vou me arrepender daquilo que fiz, e sim do que não fiz. Pois o que faço, tem consequência... e, se sou quem sou, é devido ao que vivi.



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