Aqueles essenciais, mais que amigos.

Ultimamente eu ando sentindo muita falta de certas pessoas. Pessoinhas que eu sei que esse ano foi essencial para nosso relacionamento. Crescemos, apenas por isso. É claro que ainda existem os momentos de raiva. Existem horas em que tenho vontade de matá-los. Mas a maioria do tempo eu passo pensando que gostaria de tê-los ao meu lado durante todo o tempo. Para poder criar mais que eu relacionamento familiar, uma amizade. Algo que aos poucos eu sinto que estou conseguindo ter.
Estou falando dos meus irmãos.
Sabe, eu cresci por poucos anos, sem saber o que era ter um pai. E quando tive, ganhei de brinde alguém que era mais velha que eu e outro ser que eu ainda nem conhecia, mas sabia que logo ele estaria conosco. Meu pai disse que teve gêmeos. Gêmeos de idades diferentes e ao mesmo tempo tão parecidos.
Eu vejo as fotos e sinto saudade daquele tempo que apertava aquela bochecha gostosa e pegava-o no colo. E tão pouquinho depois, mais alguém apareceu. Alguém que eu nunca imaginei que um dia fosse amar tanto.
Enfim, passei por tantas coisas com meus irmãos quando era menor. Eu ia para a casa do meu pai e quando meu irmão começou a ganhar força e ficar um pouco maior, eu era o seu principal saco de pancadas. E com três anos de diferença, ela conseguia ser mais forte que eu.
Batíamos-nos até ficarmos roxos. Não sei como ainda tenho cabelos, porque ele amava puxar meus cabelos. E eu chorava, chorava muito. Eu ia para o banheiro e ligava para a minha mãe. Tadinha, tantas vezes teve que me atender aos prantos por ter brigado com meu irmão.
Ainda para completar, minha madrasta não gostava muito de mim.  Mas isso é algo que eu prefiro não lembrar, porque passou.
Minha irmãzinha parecia uma boneca de tão linda quando era bebê. Lembro que quando eu ia dormir no prédio que meu pai morava, ela chorava de madrugada e aquela era a única hora que eu conseguia pegá-la no colo. Eu não tinha coragem de pedir para segurá-la. E ela ficava tão quietinha comigo. Mas eu era criança, não podia segurar outra criança. Só que eu segurava, e meu pai roncava no quarto ao lado. Isso me fazia ficar acordada, porque eu não conseguia dormir com o ronco.
Há muito tempo, nas viagens e passeios... eu era a irmã do meio. Sabe, a segunda que tinha que dar o exemplo. Mas acredito que minha irmã mais velha tenha dado esse exemplo muito bem.  Só que depois, ela foi morar longe e estudar e eu passei a ser a “mais velha” para meus irmãos.  E tudo que eu fazia de errado, implicava no “exemplo” que eu estava dando a eles. Eu me sentia assim. E me sinto, até hoje.
Mas o tempo foi passando e agora tudo é tão diferente. Eu procuro ser muito mais que uma irmã. Quero ser a amiga que eles vão ter para o resto da vida. Quero ser a amiga que eles vão poder ligar quando algo der errado. É tão difícil ser essa amiga estando tão longe e ao mesmo tempo tão perto. Sofremos muito com a “perda” de nossos fins de semana inteiros. E desde que isso aconteceu, eu procurei estar sempre indo dormir lá...ou chamando para sair. Bom, isso só com meus irmãos mais novos, porque minha irmã mais velha não tem tempo mesmo.
Enfim, quando fazemos viagens juntos... são momentos tão bons. Sempre que meu pai resolve nos pegar, se eu tiver algo programado... Faço de tudo para desmarcar só para estar com eles. Ninguém tem idéia do quando é importante estar com eles.
Muitas vezes me irrito, choro... claro, coisa de irmão. Mas é normal sabe. Sempre foi assim.
Eu quero ser para eles o que eu sempre quis ter. Alguém para ligar a qualquer hora, mesmo que seja na pior hora do mundo. Para contar todos os segredos e compartilhar todas as experiências. No fundo eu sei que isso é algo muito impossível, porque todos têm segredos que não contam a ninguém. E meu irmão então, não me contaria nada. Ele nem quis declamar sua poesia para mim. Hahaha.
A saudade que eu sinto deles nesse ano é algo que vem crescendo a cada dia. Incontrolável. E isso só me faz ter certeza do quanto eu os amo. Profundamente e intensamente. 

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