Copa 2014
Acho que agora sim eu posso falar do acontecimento do ano
que, infelizmente, acabou. Não tinha uma opinião formada sobre a Copa do Mundo
antes de ela acontecer. Tinha apenas uma mistura de sentimentos que não sabia
se eram certos ou errados. Resolvi esperar para ver o que ia dar... e posso
dizer que: Teve Copa SIM – e ela foi a melhor que já vivi.
Aprendi muita coisa nessa Copa. Tive contato com várias
pessoas de vários países diferentes e isso foi muito bom para eu conhecer um
pouco da cultura deles e também saber o que acham do Brasil. Além disso,
aprendi mais sobre o povo do meu próprio país. Povo que muda de ideia da água
para o vinho por qualquer coisa. Povo que sabe acolher as pessoas. Povo
festeiro. Povo burro. Povo que encanta e assusta. Povo simples. Povo sofredor.Povo
do calçadão e da favela.
O brasileiro não quis
copa instantes antes de começar, quis quebrar tudo nos estágios, se
mobilizar...gritavam por ai que não ia ter Copa. Eu tive medo de dar tudo
errado. De termos uma copa cheia de barulho e briga. Uma copa que fosse assustar
os gringos e fazê-los ter uma imagem ainda pior do Brasil. Mas a verdade é que
a Copa foi linda. Superou as minhas expectativas e foi bom eu não ter dito nada
antes, pois teria errado completamente. Vivi uma Copa feliz, conheci pessoas
que só me disseram coisas boas sobre como o meu país é lindo e como as pessoas
dele são legais. Descobri que o Brasil é sim capaz de encantar as pessoas mesmo
com todos os defeitos e problemas que têm. Conheci gente dos Estados Unidos,
Austrália, Argentina, Colômbia, Inglaterra, Alemanha e por aí vai...e todos –
absolutamente todos- me disseram algo de bom. Além de alguns dos que tive mais
contato, estarem conhecendo um Brasil que nem eu conheço direito ainda. Não é
apenas o Rio que eles elogiaram – São Paulo, Sul, Bahia e etc.
Vi de perto um patriotismo até então desconhecido pra mim. O
povo Brasileiro precisa mais disso. Estive no meio da torcida da Inglaterra,
dos Estados Unidos, da Austrália e da Alemanha e no meio de tanto patriotismo
me senti quase estrangeira. É muito bonito ver um povo que aplaude a seleção de
seu país mesmo com ela perdendo. Que sabe reconhecer cada esforço de cada
jogador. Não vi ninguém – que não fosse brasileiro – vaiando algum jogador de
sua seleção. O brasileiro além de vaiar a presidenta que ele próprio colocou no
poder, vaia o jogador que não se saiu bem. O brasileiro ama a seleção quando
ela ganha e a odeia quando ela perde. Diz que o goleiro é o melhor quando ele
vence nos pênaltis, mas não aceita seu fracasso. O problema do brasileiro é a
memória fraca.
Não vim aqui para falar de futebol, de seleção Brasileira,
de quem ganhou e quem perdeu. Eu torci pelo meu país até o fim. Não sou a
pessoa mais patriota do mundo, mas canto o hino com orgulho no peito e me
arrepio pela beleza e força dele. O Brasil é o meu país, mesmo com todos os
defeitos. Se eu quero que ele mude, tenho que fazer parte dessa mudança.
Enquanto moro aqui e mesmo quando/se não morar mais, vou fazer de tudo para
mudá-lo. Essa Copa me ensinou muito e eu percebi que quando alguém me falava
bem do Brasil eu resolvia argumentar com algo ruim – mas não, tenho mais é que
elogiar a parte boa que temos e tentar melhorar o ruim. Não depende só de mim,
eu sei – mas há esperanças.
E o que mais posso dizer sobre a Copa de 2014? A MELHOR.
Claro que eu fui pra galera. Claro que eu fui assistir aos jogos junto com o
pessoal. Claro que eu amei os gringos. Claro que eu adorei a festa. - E a minha revolução será na hora de votar,
apenas. Lá que é o lugar de se manifestar, de buscar melhorias para o meu país.
Só o que tenho a pedir é: votem com sabedoria – se é que isso é possível.
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