Alguém especial...
Bem, antes de entrar no assunto, gostaria de iniciar o primeiro post do ano desejando à vocês um Feliz 2014. Que seja um ano repleto de alegrias, saúde, paz, harmonia, amor.... eu sei que ninguém muda de um ano para o outro, as pessoas vivem na ilusão de que irá mudar no ano que se inicia. A verdade é que continuamos sendo as mesmas pessoas, cabe a nós saber utilizar essas novas oportunidades. Fazer promessas no final do ano sem ter vontade de cumpri-las, não adianta nada. Portanto, querido leitor, não deixe nada escapar dessa vez. Se tem vontade de algo, faça. Eu vou tentar....
Mas enfim... meu primeiro post do ano dedico a alguém que não posso mais ver, tocar, sentir, abraçar. Independente disso, tenho na memória o cheiro único daquela casa, ambiente que trazia paz, conforto. Lá era impossível não se sentir amada, por que em cada detalhe tinha um toque de amor. Desde o relógio que fazia tic-tac na salinha de entrada, a cadeira de balanço do quarto, até aquela poltrona da sala onde sentava a pessoa mais pura e amável que eu já conheci na vida. E acho que nunca conhecerei alguém como ela, infelizmente.
É estranho essa memória que tive hoje, apenas por uma conversa sobre ela. Ela foi a minha primeira perda próxima da vida, a primeira que me fez sentir uma dor inexplicável, uma saudade do tamanho do mundo e um arrependimento horrível. Sim, eu me arrependo demais de não ter feito e dito tantas coisas. Poderia ter dito mais vezes que a amava, poderia ter dado mais abraços, feito mais visitas, ouvido mais história - aquelas histórias únicas que só ela era capaz de contar, por ter feito tantas viagens, ter sido tão inteligente, ter conhecido tantas culturas - uma das pessoas mais cultas que já conheci e que visitou quase o Brasil inteiro. E quando digo quase, é literalmente quase.
Convivi com ela 14 anos da minha vida. Lembro-me como se fosse ontem como era quando eu chegava lá... quando ela viajava, sempre tinha alguma lembrança diferente pra mim. Até hoje tenho coisas e algumas guardei pela lembrança de cada detalhe da história. "Eu comprei isso, por que vi o menino escrevendo o seu nome em menos de cinco minutos." "Em um boneco, você conta a história inteira." - uma boneca da chapeuzinho vermelho que, virando de cabeça pra baixo, tem a vovó e o Lobo mau. Lembro da hora do lanche e daquela mesa que parecia pequenininha, mas de repente virava um mesão. O pão de passas e mais um monte de tipos de pão. Lembro do ursinho que tinha na cadeira de balanço e dos milhões de terços na cama. Uma pena que eu não sei a história de cada terço. Ela tinha uma história para cada um deles, e eram muitos.. muitos mesmo. Uma pena que ela não estava mais aqui quando fui pra Europa e visitei aquele montão de Catedral... e não tinha mais por quê trazer terços. Lembro da hora de dar corda no relógio.. o da sala e o da salinha... os dois juntos que tocavam a cada hora. Às vezes um tocava primeiro que o outro.
Enfim... não da pra fazer uma lista de tudo que lembro, por que são lembranças tão presentes em mim que se eu fosse parar pra contar cada detalhe, não terminaria nunca. Tive 14 anos da minha vida para conviver um alguém mais que especial, alguém que me amou incondicionalmente de uma maneira pura e muito, muito boa. Era muito bom sair da casa dela e chegar lá em baixo do prédio pra pegar o ônibus e saber que ela estaria naquela janela até o ônibus sair, dando tchau e sorrindo. Era bom chegar lá e ver a alegria dela quando um simples beija-flor ia beber água naquela plantinha de plástico. "Olha filha, olha.." Engraçado quando ela me colocava pra fazer xixi, mesmo quando eu não tinha vontade... e sempre abria a torneira da pia, pra eu conseguir fazer ouvindo o barulho da água - funcionava. "Faz xixi antes de ir, pra não dar vontade no meio do caminho."
Só sei que me arrependo de não ter ligado mais vezes, não ter feito mais visitas, não ter feito coisas com ela que hoje eu faria todos os dias. Ela, além de me ensinar mil coisas, me ensinou a dar mais valor a quem tenho presente na minha vida. Por que depois que a gente perde, não tem mais jeito.
Obrigada tia Alcinda, por tudo. Você estará comigo o resto da minha vida, na foto ao lado da cama, nas lembranças, nos objetos que um dia te pertenceram, nas histórias, nos terços que guardo e, principalmente, no coração.
Enfim... não da pra fazer uma lista de tudo que lembro, por que são lembranças tão presentes em mim que se eu fosse parar pra contar cada detalhe, não terminaria nunca. Tive 14 anos da minha vida para conviver um alguém mais que especial, alguém que me amou incondicionalmente de uma maneira pura e muito, muito boa. Era muito bom sair da casa dela e chegar lá em baixo do prédio pra pegar o ônibus e saber que ela estaria naquela janela até o ônibus sair, dando tchau e sorrindo. Era bom chegar lá e ver a alegria dela quando um simples beija-flor ia beber água naquela plantinha de plástico. "Olha filha, olha.." Engraçado quando ela me colocava pra fazer xixi, mesmo quando eu não tinha vontade... e sempre abria a torneira da pia, pra eu conseguir fazer ouvindo o barulho da água - funcionava. "Faz xixi antes de ir, pra não dar vontade no meio do caminho."
Só sei que me arrependo de não ter ligado mais vezes, não ter feito mais visitas, não ter feito coisas com ela que hoje eu faria todos os dias. Ela, além de me ensinar mil coisas, me ensinou a dar mais valor a quem tenho presente na minha vida. Por que depois que a gente perde, não tem mais jeito.
Obrigada tia Alcinda, por tudo. Você estará comigo o resto da minha vida, na foto ao lado da cama, nas lembranças, nos objetos que um dia te pertenceram, nas histórias, nos terços que guardo e, principalmente, no coração.
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